Mais de 1,3 mil gaúchos aguardam na lista por um transplante de rim. Apenas em janeiro deste ano, 31 procedimentos foram registrados. No Dia Mundial do Rim, celebrado nesta quinta-feira (9), os dados fornecidos pela Central de Transplantes do Rio Grande do Sul ilustram um cenário de longa espera pelo órgão de maior demanda no Estado.
Cenário
Responsáveis por eliminar toxinas, controlar a pressão sanguínea, regular a formação do sangue e dos ossos, além de equilibrar o balanço químico e de líquidos do organismo, os rins desempenham funções essenciais no corpo, sendo recomendado extremo cuidado com alterações que possam surgir.
Por não apresentarem sintomas significativos no início, as doenças renais podem evoluir para estágios mais graves ou irreversíveis – quando os órgãos perderam as funções básicas –, levando o paciente a precisar de tratamento como diálise ou até mesmo, um transplante. Na última opção, o usuário é cadastrado no Sistema Nacional de Transplantes e cumpre com uma série de critérios para manter-se na lista.
Ao contrário de outros órgãos, o transplante de rim também pode ser feito em vida. Por se tratar de um par, o órgão pode ser doado, sem que seja comprometida à saúde do doador. Atualmente, 1.339 pessoas aguardam na lista de espera pelo procedimento no Rio Grande do Sul. De acordo com a Central Estadual de Transplantes (CET), 411 transplantes de rim foram feitos em 2022. Deste quantitativo, 257 foram com órgãos captados no Estado, 129 vieram de outras CETs e 25 ocorreram por doação intervivo.
Em janeiro deste ano, 31 procedimentos cirúrgicos foram registados no Rio Grande do Sul, sendo 15 captados no Estado e 16 encaminhados por outras CETs brasileiras. Neste período, não foi registrado nenhuma doação inter vivo.
No Brasil, os rins também são os órgãos mais transplantados. Em 2021, 4.831 procedimentos foram realizados. No ano passado, o índice aumentou para 5.368. Segundo o Ministério da Saúde, nos dois anos, 88% e 86% dos procedimentos, respectivamente, tiveram financiamento integral pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Receptores ativos na lista de espera do Rio Grande do Sul*
Rim – 1339
Pâncreas – Rim – 1
Fígado – Rim – 8
Pulmão – Rim – 0
*Atualizada em 3 de março de 2023
Fonte: Central de Transplantes do Rio Grande do Sul
Transplantes de rim
Rio Grande do Sul
2022
411 procedimentos
2023*
31 procedimentos
*apenas em janeiro
Fonte: Central Estadual de Transplantes
Brasil
2021
4.831 procedimentos
2022
5.368 procedimentos
Fonte: Ministério da Saúde
Sintomas e prevenção
A prevenção de doenças renais envolve a realização de exames de rotina, além da atenção para sinais e sintomas que podem indicar o comprometimento severo das funções renais. São eles:
aumento do volume e alteração na cor da urina
fadiga
dificuldade de concentração
diminuição do apetite
sangue e espuma na urina
incômodo ao urinar
inchaço nos olhos, tornozelos e pés
dor lombar
anemia
fraqueza
enjoos e vômitos
alteração na pressão arterial
O controle da hipertensão e diabetes também é uma das medidas, uma vez que a primeira doença pode levar a disfunção renal e a segunda danifica os vasos sanguíneos do órgão, interferindo no funcionamento dos rins que não conseguem filtrar o sangue corretamente.
O Ministério da Saúde estima que cerca de 10 milhões de brasileiros convivam com essas doenças, atualmente. Além disso, nefrite (inflamação dos rins), cistos hereditários, infecções urinárias frequentes e doenças congênitas também são fatores que podem contribuir para o mau funcionamento destes órgãos.
Para monitorar o quadro, especialistas podem solicitar uma série de avaliações. A partir de um exame de urina, é possível constatar perda de proteína, sangue ou células inflamatórias. Já no exame de sangue, determina-se a concentração de ureia e creatinina, substâncias que, quando elevada quantidade, permitem perceber que os rins estão insuficientes. O exame de ultrassonografia, por exemplo, também é utilizado para verificar o tamanho, formato e qualquer outra alteração significativa dos rins.
Para uma maior qualidade de vida, o Ministério da Saúde recomenda a adoção de algumas medidas:
manter-se hidratado
realizar avaliação médica anual, principalmente após os quarenta anos;
seguir uma dieta equilibrada, com baixa ingestão de sal e de açúcar;
controlar seu peso;
exercitar-se regularmente;
não fumar;
se fizer uso de bebidas alcoólicas, que seja de forma moderada;
monitorar seus níveis de colesterol;
evitar o uso de medicamentos sem orientação médica
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